22 de fevereiro de 2011

Onipotente, Onisciente e Onipresente

“Não há quem não conheça o provérbio popular, que diz “o poder corrompe”. Alguns acham que é uma bobagem criada pelo povão, outro que não é bem assim, pois depende do caráter da pessoa e alguns outros afirmam que nada tem a ver com a verdade. Mas a ciência entrou em campo, prá nos trazer uma resposta dentro dos rigores científicos, mesmo que desagrade e surpreenda a uns poucos. O pesquisador americano Adam Galinski, Ph.D. em psicologia social pela renomada Universidade de Princeton, diz que o poder, na maioria das vezes, torna as pessoas mais corruptas, gananciosas, mesquinhas e hipócritas e, em geral, muda-as para pior. Vixe Maria! Que tristeza! A experiência foi aplicada em forma de testes comportamentais a voluntários. Os pesquisadores observaram que, nos testes aplicados, “os poderosos não só trapaceavam mais, como se mostravam mais hipócritas ao se desculpar por atitudes, que condenavam nos outros.” Como acontece na vida real, tais sujeitos julgavam-se acima do bem e do mal, como se certas regras comportamentais não dissessem respeito a eles. Portanto, abram os olhos, pois o poder corrompe sim. E não pensem que é só o poder de grande porte. Alguns indivíduos há, que mesmo no posto de gerentes de departamentos, representantes de comunidades, diretores de escolas, assessores de políticos, síndicos, dirigentes de clubes, porteiros, médicos de instituições públicas, portadores de diplomas de cursos superiores, etc., adotam uma postura de seres especiais, de uma espécie humana diferenciada da comum. E pior, aqueles que ousam questioná-los, para maior compreensão de determinado assunto, usando os meios legais, são tidos como desrespeitosos, desequilibrados e arrogantes. Sendo, até mesmo, intimidados por processos judiciais, por estarem duvidando da honra alheia ou os desrespeitando no exercício de suas funções. O que é uma piada bem conhecida em nosso meio. Diz a pesquisa que, embora os “notáveis mais notáveis" saibam que o poder os deixa no centro das atenções, pelo cargo ocupado, psicologicamente sentem-se invisíveis e inacessíveis á qualquer forma de punição. Coisa que não acontece ás pessoas ditas comuns, que são sempre penalizadas. Segundo o pesquisador, a melhor maneira de testar a identidade moral de um indivíduo é dar poder a ele, pois, já se pode afirmar com absoluta certeza, que o uso do poder provoca mudanças nos indivíduos, transformando-os em deus onipotente, onisciente e onipresente. Quem pensa que os “dominantes”, quando flagrados em seus delitos mostram-se envergonhados e arrependidos está redondamente enganado. Primeiro porque eles já cometeram muitas irregularidades, que não lhes trouxeram punição alguma e, segundo, porque se julgam no direito de tê-las cometido, pois não se vêem como cidadãos comuns, a quem cabe os rigores da lei. É o tal do “Você sabe com quem está falando?” A maioria das pessoas, quando fora do poder, possui um tipo de comportamento, mas assim que se vê imbuída de uma faísca de autoridade muda a conduta. Essa maioria não somente assume postura imoral, como se torna ditadora e hipócrita, defendendo padrões rígidos de comportamentos para os outros, mas que nunca dizem respeito a si. Vemos na verdade, que tais indivíduos trabalham, não pelo bem da coletividade, mas pelo bem deles mesmos.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário