2 de novembro de 2010

Tarda mas não Falha

Sou daqueles tipo que acredita na Justiça. Apesar de morosa, sonolenta, devagar quase parando, confesso que tenho meus motivos pessoais para acreditar. Quando passei 44 dias hospedado no “Hotel Xilindró” comendo comida do mar...mitex, cheguei a desacreditar na Justiça dos homens, mas com o passar do tempo entendi que precisamos acreditar em alguma coisa palpável. Tão logo comecei a me envolver na política de João Monlevade, me assustei com o altíssimo nível de corrupção que rola por aqui. Ao vasculhar alguns arquivos “ultra-secretos” do ex-prefeito Carlos Ezequiel Moreira e sua “corja” (palavra do padre), cheguei a colocar em xeque a postura do Judiciário. Aos poucos, depois de me informar melhor sobre as inúmeras denúncias junto ao Ministério Público contra o ex-prefeito, pude respirar mais aliviado. Dentre todos os escândalos envolvendo o “Moreirão” e sua “corja” (palavra do padre), a doação de terreno publico aos seus amiguinhos foi o que mais me chamou a atenção. Guiado por um político local, fui conhecer de perto os terrenos doados pelo ex-prefeito. Alguns inclusive estavam sendo usados para especulação imobiliária. Também fiquei surpreso com o tamanho e a localização do terreno que o Moreira doou para que um marqueteiro, já em final de carreira, plantasse o seu tão sonhado parque gráfico. Na semana passada a Justiça resolveu fazer a reintegração de posse da maioria dos terrenos doados pelo ex-prefeito, ou seja, o Ministério Público determinou a devolução dessas áreas ao Poder Público Municipal. Imediatamente o atual Chefe do Executivo Municipal, Gustavo Prandini enviou um Projeto de Lei á Câmara de Vereadores pedindo autorização para leiloar tais áreas, como determina a lei. O suposto leilão visa dar transparência a um ato ilegal e imoral praticado pelo Carlos Moreira, além claro, de dar oportunidade àquelas pessoas que foram presenteadas com esses terrenos. Com o leilão legalmente feito pela prefeitura, com o aval dos vereadores, essas mesmas pessoas podem se tornarem donos de fato dessas áreas, desde que as mesmas paguem o justo valor do imóvel. Dentro da Câmara já existe um movimento para que o projeto não seja aprovado. Na realidade, não é com essas áreas da periferia que os nobres vereadores estão preocupados. Eles estão pouco se lixando se o João, o José, o Joaquim ou o Pedro terão que devolver o presente dado pelo Moreira. Alguns dos vereadores, dentre eles o Guilherme Nassser e o Sinval Dias, estão preocupados é com o terreno onde está instalada a gráfica do marqueteiro. Eles sabem que caso o marqueteiro seja “despejado” pela Justiça, politicamente para a “corja” (palavras do padre) será uma derrota imensurável. Por isso eles vão brigar até o final para impedir essa tragédia. O assunto já está sendo colocado nas ruas de forma completamente distorcida pelos empregados do deputado. Mas, a tão esperada “ação de despejo” não deve demorar muito, até porque, a Justiça tarda, mas não falha!

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