27 de novembro de 2010

A Máfia do Lixo e a Notícia

“Então tá combinado! Você fatura o contrato de R$ 480 mil e em seguida fazemos um pequeno reajuste de 152,79% e elevamos o seu valor para R$ 670.354,51. Se depois deste reajuste ninguém der o grito, passamos o contrato para R$ 1.125.000,00. Em contrapartida, você investe uma grana extra na campanha do nosso mestre Carlos Moreira. Afinal de contas, ele precisa da reeleição. Caso ele consiga um novo mandato, você vai ganhar aquele imóvel público de 2.500 metros quadrados. Fechado?”. Bem, parece ser esse o entendimento da juíza Paula Murça Machado Rocha Moura e também do Tribunal de Justiça de Minas Gerais sobre a Máfia do Lixo que se instalou em João Monlevade durante o governo do Carlos Moreira. Em primeira instância, a juíza condenou o ex-prefeito e bloqueou os seus bens no valor de R$ 3,9 milhões. Após entrar com um “Agravo de Instrumento”, Carlos Moreira e sua “corja” sofreram nova derrota no TJMG, ficando inelegível por oito anos e proibido de fazer qualquer tipo de transação envolvendo imóveis, veículos e aplicações financeiras que estiverem no seu nome, coisa que eu duvido muito. Além do excelentíssimo ex-prefeito Carlos Ezequiel Moreira, o TJMG enquadrou também o vereador Zezinho Despachante, PP, o ex-secretários de Fazenda Delci Couto, o ex- secretário Especial do Executivo Eduardo Bastos; a ex-chefe de Gabinete Maria Elisa Bicalho Garcia; o empresário José Oscar de Morais (dono da Prohetel) e duas servidoras públicas municipais. Na decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais existem provas robustas na ocorrência de fraude na licitação de “cartas marcadas” (não confundir com pôquer). Um fato curioso nesse lamaçal todo, é que o secretário de Fazenda do Carlos Moreira, o senhor Delci Sérgio do Couto, era também contador da empresa vencedora, fato que por si só já cheira maracutaia. O próprio dono da Prohetel, o empresário José Oscar de Morais narrou para a Justiça que “inicialmente o contrato tinha valor anual de R$ 480 mil, sendo que após 48 meses o contrato girava em torno de R$ 1 milhão, em razão do reequilíbrio financeiro”. Outro fato curioso, é que nem os chamados de “legítimos representantes do povo”, tiveram a hombridade e a coragem de denunciar o escândalo. O motivo? Muito simples: como denunciar um esquema de roubalheira se um membro da Casa também está atolado até o pescoço? Outra curiosidade: O jornal A Notícia não publicou uma linha sequer desse escândalo envolvendo a Máfia do Lixo. Talvez na esperança de unir forças com a Prohetel que também corre o risco de ter que devolver a área pública que ganhou de presente do ex-prefeito Carlos Moreira. É aquela velha história, “amigo é amigo até atrás das grades! Que assim seja!!!

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