23 de abril de 2011

Tá tudo combinado

Considerado o "julgamento do ano", a Câmara Municipal de Itabira abriu suas portas para receber o Poder Judiciário que tinha a missão de decidir o futuro do assassino confesso, Marcello Oliveira que executou covardemente sua ex-mulher Polyanna Barbosa com 18 facadas. Ninguém! Isso mesmo!Ninguém acreditava que devido a violência e a repercussão do crime o assassino escaparia de uma punição pesada. Antes mesmo do início do julgamento, alguns estudantes de direito faziam suas apostas. Alguns acreditavam que a pena seria de 30 anos em regime fechado. Outros mais otimistas apostavam numa pena de 25 anos. Se fosse uma "Mega Sena" de apenas um número ninguém acertaria. Marcello foi condenado a 17 anos de prisão por crime de homicídio triplamente qualificado. Para o promotor de justiça Francisco Santiago que trabalhou na acusação, a sentença foi satisfatória. "É utópico falar em 30 anos de condenação, já que o juíz deve obdecer as diretrizes impostas pelo Código Penal. O Ministério Público está perfeitamente satisfeito", argumentou. Os advogados de defesa Willian Mendes e Sylvio Alvarenga, após falarem em absolvição, disseram que esperavam uma pena de no máximo 14 anos para seu cliente. O motivo? Muito simples, pasmem: "meu cliente agiu sob violenta emoção causada pelo fato da vítima ter provocado o réu, dizendo que estava usando o seu dinheiro no motel com outras pessoas." Um dia antes de cometer o crime, Marcello e Polyanna estiveram no Fórum Desembargador Drummond, em Itabira onde assinaram a separação. Apesar do divórcio, Marcello não aceitava a separação. No dia seguinte, com o pretexto de levá-la ao trabalho, Marcello buscou Polyanna na casa de uma amiga e ainda tentou reatar o relacionamento, mas Polyanna estava irredutível. Marcello então pegou uma faca que estava no porta luvas do carro e começou a esfaquear a ex-mulher. O primeiro golpe atingiu as costas da vítima que ainda tentou escapar das garras do agressor. Ao tentar fugir, Polyanna foi agarrada por Marcello já do lado de fora do veículo e recebeu outras 17 facadas, quase todas no rosto. Um outro golpe na nuca atingiu a coluna cervical e medula óssea, que se não morresse, fatalmente ficaria paraplégica. De acordo com a perícia técnica, o último golpe foi no pescoço, onde a faca quebrou e um pedaço da lâmina ficou cravado no corpo da Polyanna. Após matar Polyanna, Marcello jogou seu corpo na beira de uma estrada. O assassino foi condenado a 17 anos de cadeia, mas, segundo seus advogados, "em menos de cinco anos ele poderá estar fora do presídio, onde iria apenas para dormir", comemorou seus advogados. Mais tarde veio a surpresa: "...houve um acerto entre a defesa e a acusação, inclusive, com a dispensa de todas as testemunhas arroladas no processo, Apenas o pai da Polyanna será ouvido. Outro detalhe: nenhuma das partes irá recorrer da sentença", disse um conceituado advogado antes do julgamento. Em tempo: Sylvio Alvarenga, advogado de defesa prometeu não recorrer para não atrapalhar os benefícios do cliente. O promotor Santiago também garantiu que "estou satisfeito com o resultado, mas a sociedade deve estar mais ainda." Já o pai de Polyanna, Wilton Barbosa foi enfático: "... a justiça não foi feita. Eu vejo isso como uma injustiça, pelo tamanho da covardia que foi feito com a minha filha. Eles não devem ter filhas",disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário