22 de abril de 2011

"Justiça não foi feita"

“Daqui a quatro anos o assassino da minha filha vai estar nas ruas novamente. Para nós, a justiça não foi feita.” Essa foi a reação de Wilton Barbosa, pai de Polyanna Carolina da Silva Barbosa, cruelmente assassinada com 18 facadas pelo ex-marido Marcello Oliveira Lopes, crime ocorrido em fevereiro do ano passado. O julgamento do réu-confesso aconteceu na ultima terça-feira, 19, onde o assassino foi condenado a 17 anos de prisão. Por ser réu primário e ter bons antecedentes, Marcello pode se livrar das grades em quatro anos e seis meses. A pena fixada em 17 anos agradou o Ministério Público e a defesa do acusado que prometeram não recorrer da sentença para não “prejudicar meu cliente”, argumentou o advogado Sylvio Alvarenga. O promotor de Justiça Francisco Santiago também saiu satisfeito com o resultado. “Estou satisfeito com o resultado, mas a sociedade deve estar mais. A pena de 17 anos foi muito bem fixada”, resumiu. Não conhecia pessoalmente a Polyanna e nem o Marcello. Fui colega de trabalho da Ângela Suely, tia da vítima, e cheguei a jogar futebol com o Wilton Barbosa, pai da Polyanna. Compreendo a revolta da família da Polyanna. Estive no Plenário da Câmara de Vereadores onde foi transformado em “Salão do Júri” e pude sentir de perto a dor de seus familiares. A família parecia absorvida em sua dor. Traziam no rosto as marcas de um acontecimento que não combina com o tempo. O primeiro ano que a família passou sem a filha parecia estacionado em seus olhos, como se a vida não pudesse mais realizar o seu processo natural de prosseguir. Há acontecimentos que não cabem no tempo e esse crime brutal é um deles. Foram dezoito golpes impiedosos num corpo frágil de mulher. Poderia ter sido muito mais caso a faca usada pelo assassino não tivesse quebrado e ficado cravado no pescoço da indefesa vítima.  A dor não dura o mesmo tempo que o fato que a provoca. Ela vai além, muito além do imaginável. Nessa tragédia toda, a única certeza que fica é que o destino foi muito cruel com a família da Poly e deveras benevolente com o assassino!

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