10 de agosto de 2011

Aqui se faz, aqui se recebe

Parece brincadeira, mas não é! A inauguração do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Margarida, agendada para essa quinta-feira e adiada pela “falta de agenda” do governador Antônio Anastasia, PSDB, desnudou interesses obscuros da nossa política. Comenta-se pela imprensa “tucana”, que o deputado Mauri Torres, PSDB, conseguiu uma verba de R$ 2,2 milhões para a manutenção do CTI. Com menos holofotes, também foi divulgado que o presidente da Câmara de Vereadores de João Monlevade, pastor Carlinhos liberou R$ 50 mil para “ajudar” na construção do estacionamento daquela Casa de Saúde. O interessante de tudo isso, é que, tanto a grana carimbada com o nome do deputado Mauri Torres, quanto à do pastor Carlinhos, saíram do bolso do contribuinte. Ou seja, nem o deputado e nem o presidente da câmara meteram a mão no bolso. Em compensação, o “bendito” estacionamento que custou a bagatela de R$ 100 mil receberá o nome de “Américo Reis Lopes”, que por coincidência é o nome do pai do presidente Carlinhos. Não menos curioso é o nome que será dado ao prédio anexo: “Maria Antônia Torres”, coincidência ou não, é o mesmo nome de batismo da mãe do deputado Mauri Torres.  Para completar o círculo do chamado “aqui se faz, aqui se recebe”, surge um novo personagem nessa história de interesses escusos. A nova ala do Pronto Atendimento levará o nome de “Madalena Moreira”, mãe do ex-prefeito Carlos Ezequiel Moreira. O que pouca gente conseguiu entender foi o nome dado ao auditório da nova ala do hospital: “Alpino Gonçalves de Assis”, pai do atual prefeito Gustavo Prandini. Nada contra as homenagens, mas deveriam também homenagear o “Zé da Silva”, a “Maria Antônia”, o “Joaquim”, o “Raimundo” e o “Sebastião”, moradores da periferia que cortaram o leite dos filhos para pagar seus impostos e possibilitar a ampliação do Margarida. Certamente eles nem serão lembrados durante as inaugurações.

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