“Você paga
apenas R$ 2 pelo azulzinho, e se tiver problema de infarto, você volta aqui em
dois dias que eu pago o seu hospital. Pode me procurar sem erro” diz em tom de
deboche um vendedor do “Pramil” medicamento similar ao “Viagra” contra impotência
sexual e proibido no Brasil. Sentado em um caixote de madeira ao lado da
rodoviária, um homem de camiseta e bermuda passa despercebido com uma cartela
azul nas mãos. Ele olha para os lados e distribui os comprimidos a um cliente,
enquanto conta notas de dinheiro com tranquilidade. “Esse é o azulzinho melhor
que o Viagra original. Pode até tomar dois, porque vai fazer sucesso”,
empolga-se o vendedor. E em tom de brincadeira o homem, conhecido como Toninho lidera
o comércio do estimulante sexual Pramil que pode causar a morte em pessoas com
problemas cardíacos. Em João Monlevade um “camelô” conhecidíssimo na cidade faz
o seu diagnóstico: “... esse medicamento levanta até defunto e ninguém nunca
veio reclamar que se sentiu mal depois de fazer o uso do mesmo. Aqui na minha
banca vêm pessoas de várias idades e posição social atrás do azulzinho. Nos
finais de semana chego a vender até 80 comprimidos do Pramil”, afirma o
comerciante que chega a lucrar até 150% com o similar ao Viagra. “Compro por R$
2 e vendo cada comprimido por R$ 5”, garante. Só para se ter uma ideia cada
pílula de Viagra é vendida por cerca de R$ 30 nas drogarias. A venda do Pramil
é proibida no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
Segundo os urologistas, o consumo do Pramil é perigoso. “Ele prejudica o
sistema cardiovascular. Até o original, nem todo mundo pode tomar, porque
potencializa a dilatação da oxigenação do coração, e o risco de parada cardíaca
com morte é muito maior”, alerta o urologista Francisco Guerra. O “camelô”
monlevadense discorda: “o mesmo mal que o Pramil deve causar o Viagra também
causa. Isso é só marketing dos fabricantes do Viagra que estão faturando alto
com os chamados pintos murchos. Pergunte a quem já broxou alguma vez com a
esposa ou namorada se eles deixariam de usar o Pramil”, questionou o vendedor.
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