“Tempestades
solares. Alinhamento dos planetas
provocando um descontrole das marés e um dilúvio como o que fez Noé construir a
sua Arca. Um planeta quatro vezes maior do que a Terra em rota de colisão com este corpo celeste em que habitamos. Inversão
dos pólos magnéticos do Planeta Água ou o fim do calendário Maia são algumas
das teorias apocalíticas que profetizam o fim do mundo com data marcada. E o
pior é que a tal data “maligna” está próxima: 21 de dezembro de 2012. Sem
querer ser herege ou duvidar dos desígnios divinos, uma prorrogação cairia
muito bem, não é mesmo? Esta vida é muito boa para acabar assim, de um dia pro
outro. Uma “limpa” dos políticos malvados, criminosos cruéis, pessoas que não
gostam de crianças, entre outras criaturas do mal, até que seria bom. Mas nós,
meros mortais, que acordamos todos os dias para trabalhar, dispostos a fazer o
nosso dever direitinho, cuidar de quem a gente ama, bem que podíamos ser
poupados do grande cataclismo. Porém, com as forças da natureza não se deve
brincar e do Divino, não convém duvidar. Então, que tal nos prepararmos para o
fim do mundo e viver de fato, como se fosse o nosso último dia na Terra? E
enquanto o mundo não acaba (tomara!) podemos ter uma vida bem mais divertida e
digna até lá. Eu já fiz a minha lista, e uma lista de desejos tem muitas
possibilidades “acessíveis”. E como são só coisas boas, vou compartilhar com
vocês. Faça a sua, também! Talvez o
mundo acabe com uma profusão de água. Mas, como sou quase um peixe fora d´água,
na minha lista tem um belo e renovador mergulho. Como estou longe do mar, pode
ser numa cachoeira ou piscina. Vale tomar chuva ou um bom banho de
hidromassagem, com direito a velas e incenso. Ou, modestamente, considero uma
chuveirada demorada, quentinha, e seguida de um banho de sal grosso ou ervas
para purificar. Ligar para alguém querido, com quem eu não falo há muito tempo.
Relembrar de coisas boas que fizemos juntos e dar boas gargalhadas. Silenciosamente
perdoar (de verdade!) alguém que me magoou e que talvez nem saiba disso. Pedir perdão pelo menos a uma pessoa que eu
feri, mesmo que não tivesse a intenção. Elogiar uma pessoa por dia até lá,
contando sinceramente porque merece minha apreciação. E, se o mundo não acabar,
seguir firme neste propósito. Rever as
fotos daquela viagem inesquecível e me programar para voltar, caso o local
continue existindo após 21 de dezembro. Ter coragem de dançar uma destas
coreografias do tipo “quero o tchu” e não sentir vergonha. Afinal, porque mesmo
a gente perde tanto tempo evitando o ridículo? Fazer algo realmente emocionante, para sentir
como é gostoso estar vivo. Pular de pára-quedas, andar na montanha russa, sobrevoar
a cidade de helicóptero. Ir até um mirante, onde a vista se perca. Um ponto
alto de onde eu possa olhar e não ver limites. E, assim, recobrar a certeza da
existência de Deus, pois só Ele seria capaz de nos proporcionar uma vista
assim. Caso na minha cidade tivesse praia, olharia para o mar. Dedicar um dia inteirinho aos meus filhos e
voltar a ser criança com eles. Ir ao parque, à piscina, lambuzar de chocolate
ou sorvete, comer só coisas gostosas, brincar, dançar, cantar e pular na cama! Tirar um tempo para rezar. E agradecer por
tudo o que vivi até aqui. Fazer outra lista de desejos para o caso de o mundo
não acabar. O mais interessante deste exercício de uma “wish list” é que
considerando o fim dos tempos, os bens materiais não são os mais importantes.
Queremos estar com quem a gente ama, reviver bons momentos, perdoar, fazer as
pazes, reencontrar pessoas queridas, dizer “eu te amo” a quem a gente gosta e
ter a sensação de ter vivido bem. Realmente, com tanta coisa gostosa e
divertida a fazer antes do fim dos tempos, acho que vou propor um abaixo
assinado para enviarmos para o Todo Poderoso pedindo mesmo um adiamento. E,
otimista que sou, confio que nossas preces serão ouvidas. E como um pouco de
ciência não faz mal a ninguém, vou me agarrar à explicação de um renomado
cientista da Nasa que rebateu todas as teorias que confirmam o Armagedon.
Gostei muito quando ele disse que o fim do calendário Maia não significa o fim
dos tempos, mas o início de um novo ciclo. Assim seja! E, confiando na vida, no
futuro e em Deus, espero vocês aqui de novo”. (Raquel)
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